"O amor- prazer opõe-se tão rigorosamente ao amor- paixão como a liberdade à escravatura. Eis porque se chama ao primeiro libertinagem e ao segundo paixão, isto é, facto suportado, recebido, imposto, "padecido".
No amor- paixão, o agente, aquele que age, é Eros.
Os dois amantes atingidos pelas suas flechas são os pacientes. Estes aceitam passivamente o curso inexorável. de um destino que não escolheram.
O libertino, pelo contrário, escolhe o objecto do seu prazer. "Ele poisou em mim o olhar frio do verdadeiro libertino", diz uma das jovens que servem aos prazeres dos heróis de Sade. O sangue- frio preside à ordenação dos seus transportes.
Substitui-se a Eros. É daquela raça que arrebata o trono aos deuses. "Libertino" designava inicialmente o filósofo ateu; só que o emprego da palavra singularizou-se e já não designa mais que uma certa espécie de deicidas, aqueles que roubam a Eros o arco e as flechas."
-"Esboço para um Retrato do Verdadeiro Libertino" - Roger Vailland - &Etc
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