Só por dentro de ti rebentam flores
"Ergues a língua no campo de batalha
o escuro vermelho com que amparas a minha fome.
Se a noite está velha
deixa-me devorar a face onde íamos.
Quero para mim todas as rugas."
-"A Metamorfose das Plantas dos Pés"
- Catarina Nunes de Almeida
- 6€
Spleen de Paris
E, bêbado com a minha loucura, gritei-lhe furiosamente:
"A vida com beleza! a vida com beleza!"
As brincadeiras nervosas não são desprovidas de perigo, e podem muitas vezes pagar-se caro. Mas que importa a eternidade da condenação a quem encontrou num segundo o infinito gozo?
-"O Spleen de Paris - pequenos poemas em prosa"
- Charles Baudelaire
- 13€
Ó cálida mulher
"Escrevo-te com o fogo e a água. Escrevo-te
no sossego feliz das folhas e das sombras.
Escrevo-te quando o saber é sabor, quando tudo é surpresa.
Vejo o rosto escuro da terra em confins indolentes.
Estou perto e estou longe num planeta imenso e verde.
O que procuro é um coração pequeno, um animal
perfeito e suave. Um fruto repousado,
uma forma que não nasceu, um torso ensanguentado,
uma pergunta que não ouvi no inanimado,
uma arabesco talvez de mágica leveza.
Quem ignora o sulco entre a sombra e a espuma?
Apaga-se um planeta, acende-se uma árvore.
As colinas inclinam-se na embriaguez dos barcos.
O vento abriu-me os olhos, vi a folhagem do céu,
o grande sopro imóvel da primavera efémera"
-"Antologia Poética"
- António Ramos Rosa
- 12€
Lições dos Mestres
"Para que alguma coisa advenha, é preciso que alguma coisa parta, a primeira figura da esperança é o medo, a primeira aparição do novo, o terror."
Fotografia de uma rapariga em Madrid
Never Stop Never Begin
"Estamos mesmo no princípio, percebes?
Como que antes de tudo.
Com mil e um sonhos para trás de nós e parados"
-"Notas sobre a melodia das coisas"
- Rainer Maria Rilke
- 6€
De Alexandria com amor
Surpresa
após tanto
deste amor
Supunha tê-lo espalhado
pelo mundo
"-Sentimento do Tempo"
- Guiseppe Ungaretti
- 14€
Lições dos Mestres ( este livro será vendido apenas com receita literária)
"Não nos banhamos duas vezes no mesmo rio, porque, já em sua profundidade, o ser humano tem o destino da água que corre. A água é realmente o elemento transitório. É a metamorfose ontológica essencial entre o fogo e a terra. O ser votado à água é um ser em vertigem. Morre a cada minuto, alguma coisa da sua substância desmorona constantemente. A morte quotidiana não é a morte exuberante do fogo que perfura o céu com sua flechas. a morte quotidiana é a morte da água. A água corre sempre, a água cai sempre, acaba sempre em sua morte horizontal. Em numerosos exemplos veremos que para a imaginação materializante a morte da água é mais sonhadora que a morte da terra: o sofrimento da água é infinito."
-"A Água e os Sonhos"
- Gaston Bachelard
- 12€
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