Dos Malditos
"Em a) interroguemo-nos se tal MALDIÇÃO, assim levianamente (quanto a mim) encarada pelos contemporâneos ou os pósteros, se poderá atribuir ao tiro na mioleira (Camilo, Antero, Manuel Laranjeira) ou ao veneno como viático (Má
rio de Sá Carneiro) ou à fogueira como meio de transporte cómodo, expeditivo para o Além (António José da Silva, o Judeu); ao fim prematuro pela doença ("quando tanto havia ainda a esperar pelo seu talento" lamentam as cronologias) e aí estão os tuberculozinhos (António Nobre, Cesário Verde, José Duro, António Maria Lisboa).
Na segunda alínea b) a noão é mais complexa, até porque o MALDITO (temos visto) pode arrepender-se a tempo, reviralhar a casaca, converter-se , deixar-se recuperar para contento geral. E como Deus não dorme, acaba na Academia."
-"Memorando Mirabolando"
- Luíz Pacheco
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Aquele que trabalha na sombra
"Convém fugir das pessoas. Os amigos
têm palavras, gestos e olhares
com uma pedra dentro que faz mal.
Convém fugir das pessoas. A família
é a mão que segura a cabeça
para que esta debaixo de água permaneça.
E o amor é apenas essa palavra
que uma mulher nos atira para os braços.
Ao ir-se a mulher, seu nome dói.
É grato à alma estar-se isolado.
É grato ao corpo estar isolado.
Morrer é só isolar-se um pouco mais."
têm palavras, gestos e olhares
com uma pedra dentro que faz mal.
Convém fugir das pessoas. A família
é a mão que segura a cabeça
para que esta debaixo de água permaneça.
E o amor é apenas essa palavra
que uma mulher nos atira para os braços.
Ao ir-se a mulher, seu nome dói.
É grato à alma estar-se isolado.
É grato ao corpo estar isolado.
Morrer é só isolar-se um pouco mais."
- "Cidade do Homem: New York"
- J. M. Fonollosa
- 11€
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